Diversificação das fontes de geração de energia renovável na matriz energética de um país em desenvolvimento: estudo de caso da energia fotovoltaica no Brasil

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Universidade Federal de Catalão

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O objetivo geral deste estudo foi aprofundar a compreensão dos mecanismos que estão impulsionando o crescimento da energia fotovoltaica no contexto brasileiro, considerando seus possíveis impactos na formulação de políticas públicas, na geração de alimentos e no desenvolvimento da economia circular. A pesquisa buscou explorar não apenas as dinâmicas que promoviam o avanço dessa fonte de energia, mas também entender de maneira abrangente as implicações resultantes desse crescimento em diversos aspectos. A pesquisa abordou dinâmicas cruciais em três frentes: 1) Avaliação do papel das instituições públicas na redução de emissões por meio de sistemas fotovoltaicos. Uma revisão ampla da literatura analisou políticas globais de energia fotovoltaica, contrastando- as com a Agenda Ambiental na Administração Pública brasileira (A3P). Simulações quantificaram a redução de CO2 por instituições públicas de 2009 a 2022. A baixa adesão à A3P foi evidenciada, com apenas 3% das instituições públicas integrando sistemas fotovoltaicos. Não obstante, os sistemas existentes evitaram anualmente a emissão de 17.943 toneladas de CO2. A série histórica destacou que o país evitou 1.938.048 toneladas de CO2 de 2009 a 2022, ressaltando a necessidade de políticas públicas de longo prazo para uma transição sustentável. 2) Uma análise adicional concentrou-se na introdução de sistemas fotovoltaicos nas áreas agrícolas do Brasil. O estudo abrangeu a revisão de 4.741 artigos, visando avaliar políticas públicas e regulamentações específicas para esse contexto, evidenciando a notável ausência de diretrizes direcionadas a usinas fotovoltaicas em zonas dedicadas à produção de alimentos. Com base nesse cenário, a investigação propôs a promoção de diálogos colaborativos entre o governo, os produtores rurais e o setor fotovoltaico. O objetivo central dessas interações é formular políticas que promovam a integração de maneira sustentável dessas tecnologias nas áreas agrícolas, destacando, assim, a valiosa contribuição da energia fotovoltaica para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. 3) Por fim, a pesquisa projetou a quantidade de resíduos fotovoltaicos no Brasil para o período de 2034 a 2065. A projeção, fundamentada na expansão da energia fotovoltaica até 2040, indicou que o Brasil poderá atingir 192 GW de capacidade instalada. Destacou-se a urgência de um sistema eficaz para tratar 12.9 milhões de toneladas de resíduos, principalmente no centro-sul, propondo práticas de economia circular. Em síntese, o estudo revelou a necessidade de estabelecer um sistema eficaz para monitorar, coletar e armazenar resíduos fotovoltaicos, propondo a implementação de práticas de economia circular na indústria como abordagem para mitigar as consequências não intencionais associadas à energia fotovoltaica. Os estudos abordados revelam uma análise profunda sobre o crescimento e os impactos da energia fotovoltaica no contexto brasileiro, destacando uma série de questões interligadas que vão desde a eficácia das políticas públicas até a gestão sustentável dos resíduos associados a essa fonte de energia. A interseção desses temas ressalta a importância de uma abordagem abrangente para lidar com os desafios e oportunidades relacionados à energia solar. Por um lado, as políticas públicas desempenham um papel fundamental na promoção da transição sustentável para fontes de energia renovável, como evidenciado pela baixa adesão à Agenda Ambiental na Administração Pública e pela necessidade de regulamentações específicas para a integração de sistemas fotovoltaicos em áreas agrícolas. Além disso, a gestão adequada dos resíduos fotovoltaicos surge como uma preocupação crítica, exigindo sistemas eficazes de monitoramento, coleta e armazenamento, bem como a implementação de práticas de economia circular para mitigar os impactos ambientais. Essa abordagem integrada não apenas enriquece o debate sobre a sustentabilidade da energia fotovoltaica no Brasil, mas também aponta para direções cruciais para seu crescimento sustentável. Outra contribuição é que a metodologia desenvolvida pode servir como um modelo replicável para estudos similares envolvendo outras fontes de energias renováveis, ampliando o escopo de análise e disponibilizando conhecimentos valiosos para políticas públicas e práticas industriais em nível global. Estudos conduzidos em regiões específicas podem trazer dados ainda mais expressivos, considerando as nuances locais e as particularidades socioeconômicas de diferentes áreas do país. Para a academia, esses estudos fornecem uma base sólida para pesquisas adicionais que explorem mais a fundo as implicações sociais, econômicas e ambientais da energia solar na sociedade brasileira. Investigar os impactos e oportunidades emergentes da crescente adoção da energia solar pode contribuir para a formulação de políticas e práticas mais eficazes e sustentáveis, promovendo assim um desenvolvimento mais equitativo e ambientalmente consciente. Adicionalmente, a partir do estudo foi desenvolvido um produto tecnológico que permite o cálculo da quantidade de gás carbônico evitado pelos sistemas fotovoltaicos, além de realizar projeções dos resíduos fotovoltaicos futuros, fornecendo ferramentas essenciais para a gestão e monitoramento contínuos desses sistemas.

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