Metodologias de formação docente no ensino remoto: a compreensão das professoras do ensino fundamental I

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Universidade Federal de Catalão

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Esta pesquisa, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDUC) da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), analisou a compreensão de professoras do Ensino Fundamental I acerca dos cursos de formação oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SME) de Catalão-GO durante o período de “ensino” remoto na pandemia da COVID-19. Também foram investigados os desafios enfrentados na implementação das metodologias propostas e seus impactos na prática pedagógica. O termo “ensino” remoto é apresentado entre aspas neste estudo em consonância com Saviani e Galvão (2021), os quais problematizam sua utilização por não refletir, de forma plena, as características próprias do processo pedagógico escolar. De abordagem qualitativa, a pesquisa utilizo a entrevista grupal, realizada a pedido das participantes, permitindo a construção coletiva de ideias, o diálogo entre diferentes vivências e a apreensão de nuances que poderiam ser perdidas em entrevistas individuais. Participaram cinco docentes atuantes nos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, com o recorte fundamentado na política educacional do ciclo de alfabetização. A análise dos dados foi orientada pela teoria da práxis pedagógica de Paulo Freire, que defende a articulação entre reflexão crítica e ação como meio para uma educação transformadora. A análise foi estruturada em quatro eixos centrais que emergiram dos relatos das professoras: os desafios da adaptação ao “ensino” remoto; as formações oferecidas pela SME e o suporte institucional; o impacto da pandemia no processo de ensino e aprendizagem; e a culpabilização das famílias. Esses eixos revelam não apenas as dificuldades enfrentadas, mas também as estratégias de adaptação adotadas pelas docentes e as implicações dessas experiências para o contexto educacional, evidenciando que a pandemia não apenas impôs novos desafios, mas agravou problemas históricos e estruturais já presentes na educação pública, especialmente no contexto do “ensino” remoto. Os resultados indicam que as formações oferecidas apresentaram um caráter tecnicista, descolado da realidade das escolas, transferindo a responsabilidade pelo fracasso escolar aos professores e às famílias. Ainda assim, as docentes demonstraram resiliência e buscaram estratégias para minimizar os impactos da pandemia na aprendizagem dos alunos. Conclui-se que as formações necessitam de reformulação, com foco em um modelo crítico e participativo que valorize o protagonismo docente e contribua para o enfrentamento dos desafios educacionais. Nesse sentido, Freire destaca que ensinar exige respeito à autonomia do ser educando — princípio que também deve orientar a formação dos professores como sujeitos críticos e transformadores —, visão que se complementa à de Saviani, que propõe uma formação comprometida com a transformação social por meio de práticas formativas participativas e emancipadoras.

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