Presenteismo e capacidade para o trabalho em colaboradores hospitalares

Abstract

A pandemia da COVID-19 foi identificada no Brasil em fevereiro de 2020. A partir de então, colaboradores hospitalares iniciaram uma longa trajetória visando salvar vidas de pessoas, porém, ao mesmo tempo vidas começaram a ser afetadas, seja no âmbito fisico quanto mental. Esta pesquisa objetivou: caracterizar o presenteismo e o índice de capacidade para o trabalho em trabalhadores hospitalares. Método: Estudo transversal e quantitativo, realizado com 79 trabalhadores de um hospital privado, em um município do estado de Goiás, nos meses de abril, maio e junho de 2022. Para coleta de dados utilizou-se a Escala de Presenteísmo de Stanford - SPS-6 e o İndice de Capacidade para o trabalho. Resultados: são predominantes: o sexo feminino com 79,74%, casados ou reside com companheiro (a) 49,35%; quanto a escolaridade, 31,64% possuem pós-graduação; a métrica da atividade laboral maior está em 60,74% entre profissionais de contato direto com pacientes;62,02% não trabalham em turnos alternados, tendo um horário fixo de trabalho e 79,94% são trabalhadores diretos do hospital. Dos trabalhadores do sexo masculino, 31,3% apresentaram queda no desempenho para o trabalho, enquanto 68,8% apresentaram maior desempenho para o trabalho. Já do sexo feminino, 9,5% apresentaram queda no desempenho, enquanto 90,5% apresentaram maior desempenho. Na análise dos fatores sócios demográficos relacionados ao presenteísmo, o teste de significância frente às variáveis pessoais, sociais e laborais demonstraram significância no alto desempenho para suas atividades laborais, sendo o sexo feminino (p=0.025) quando comparado ao sexo masculino, considerando, portanto, que o sexo masculino é mais presenteista quando comparado ao sexo feminino. Quanto à análise da capacidade para o trabalho, na análise da categorização geral para capacidade para o trabalho, 50,63% dos trabalhadores hospitalares avaliados apresentam uma boa capacidade para o trabalho. Quanto a análise dos fatores laborais, o teste de significância foi significante (p=0.003) segundo o teste de Fisher para as exigências de trabalho sejam elas físicas ou mentais. Conclusão: Embora tenhamos evidências de que, isoladamente, há adoecimento do trabalhador tanto pelo presenteísmo como pela redução da capacidade do trabalho, o presente estudo não mostrou relação entre as duas variáveis, o que demonstra a necessidade de novos estudos sobre a temática.