Paisagem urbana e formação de subcentros: alterações morfológicas da paisagem do bairro São João e Avenida Dr. Lamartine Pinto de Avelar em Catalão, Goiás

Abstract

Este trabalho versa sobre as relações da sociedade urbana com os recursos naturais, sobretudo a vegetação, e estas nas áreas centrais da cidade e em seus subcentros. A pesquisa buscou apresentar o problema da ausência quase que sumária da vegetação nos centros e subcentros comerciais das cidades e questionar se havia incompatibilidade desses dois aspectos coexistirem ou se essa realidade era apenas fruto de um modelo de reprodução do espaço com heranças enraizadas no capitalismo. Para tanto, iniciou-se fazendo um resgate de como era essa relação com o surgimento das primeiras cidades, na antiguidade e de como os ambientes urbanos eram bastantes vegetados, com palácios e casas reais ladeados por jardins, bosques, praças e áreas de passeio, isto tido como símbolo de riqueza e poder, e como essa representação se alterou no período pré e pós-industrial e na modernidade capitalista das grandes e médias cidades do mundo e do país, como Catalão - GO. Depois, discorremos sobre como o entendimento e a percepção da paisagem moldaram as morfologias das cidades, a partir das mudanças de valores, hábitos e costumes sob a influência e convivência de vários povos. Nesse ponto, discute-se também sob os pressupostos de Michael Conzen e da Escola Inglesa de Morfologia Urbana, os métodos de análise dessas paisagens e as alterações geomorfológicas do ambiente pré-existente. Em seguida, tratamos da questão das cidades como centralidades e de suas áreas centrais que se desdobram em subcentros comerciais à medida que a expansão urbana ocorre e como os elementos naturais (a vegetação) são excluídos nesse processo, afetando diretamente a qualidade de vida da população, como no caso dos subcentros comerciais Bairro São João e Avenida Dr. Lamartine Pinto de Avelar, em Catalão. Encerramos concluindo que, apesar dos pontos positivos encontrados nos subcentros tratados na pesquisa, esse é um assunto para mais debates e uma realidade a ser modificada através de um planejamento urbano que vise contribuir nesse propósito, se quisermos desfrutar dos benefícios da vegetação em ambientes urbanos comerciais e garantir qualidade de vida às futuras gerações.