O enunciado fílmico O Diabo Veste Prada: uma análise bakhtiniana do signo ideológico "diabo"
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Universidade Federal de Catalão
Resumo
Esta pesquisa se propõe a analisar o enunciado filmico O Diabo Veste Prada, sob a luz da teoria bakhtiniana e do Círculo, com o objetivo de compreender os sentidos produzidos pelo signo ideológico "diabo", dentro do contexto sócio-histórico-cultural do filme. Também objetivamos identificar os processos históricos, sociais, culturais e os discursos que constituem o enunciado filmico O Diabo veste Prada, interpretando as relações dialógicas que corroboram a arquitetônica do sujeito bakhtiniano na relação entre as personagens Andrea Sachs (Anne Hathaway) e Miranda Priestly (Meryl Streep), ilustrando a dinâmica do enunciado concreto sob o viés bakhtiniano. Para tanto, utilizamos o método sociológico de análise dos enunciados para identificarmos os sentidos de "diabo" produzidos no filme, como resposta aos outros sentidos ideológicos produzidos por esse signo ao longo da história, Desse modo, este estudo trabalha com uma abordagem dialógica e é de caráter analítico, descritivo e interpretativo. É analítico porque faz uso da perspectiva bakhtiniana para orientar a análise discursiva do enunciado filmico e o estudo do signo ideológico "diabo"; é descritivo porque realizamos a descrição da realidade social refletida e refratada pelo signo ideológico "diabo" através da personagem Miranda Priestly, em O Diabo veste Prada; é interpretativo porque conta com as leituras do pesquisador e seu posicionamento diante dos diálogos estabelecidos com o objeto de análise. Nesse sentido, abordamos as noções de signo ideológico, enunciado, tema, significação, diálogo, responsabilidade, sujeito e sentido (BAKHTΙΝ, 2019; ΒΑΚΗΤΙΝ, 2016; ΒΑΚΗΤΙΝ, 2011; ΒΑΚΗΤΙΝ, 2013; ΒΑΚΗΤΙΝ, 2010; ΒΑΚΗΤΙΝ, 2008; MEDVIEDEV, 2012; VOLOCHINOV, 2019; VOLOCHINOV, 2018). Também contamos com a contribuição de outros autores, filósofos e pesquisadores que nos ajudaram a compor o arcabouço teórico desta pesquisa. No que concerne à metodologia aplicada, optamos por trabalhar com a coleta de cenas, as quais denominamos de "capturas ou prints de tela". Foram noventa e oito cenas capturadas no total, das quais elencamos quarenta e nove para compor este trabalho. Ao descrever, interpretar e analisar as cenas coletadas, verificamos que as personagens Andrea Sachs e Miranda Priestly se inscrevem em uma relação dialógica que faz vir à tona o complexo de sentidos disposto na forma do signo ideológico "diabo". Neste caso, o sentido de "diabo" presente no corpus traz reminiscências da Idade Média, da Renascença, do lluminismo e da Estética Romântica; no entanto, é por meio do discurso capitalista da moda, mantido e operacionalizado por meio da vaidade, que ele se manifesta em O Diabo veste Prada.