Fábrica de inimigos: a academia militar das Agulhas Negras e o seu papel político-ideológico na história do Brasil
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Universidade Federal de Catalão
Resumo
Essa pesquisa mostra, como resultado, indícios sobre a formação dos militares oficiais subalternos do Exército Brasileiro. Tal formação acontece na Academia Militar das Agulhas Negras, localizada na cidade de Resende – RJ. Essa formação dura, ao todo, cinco anos, e ao concluí-la, os alunos recebem o título de bacharéis em Ciências Militares. Pretendeu-se, aqui, identificar como os militares enxergam o seu papel político-ideológico na história Brasil; e o mais importante, como os militares contam acerca de tal papel através das publicações da Revista Agulhas Negras. No tocante a seleção das fontes adotou-se inicialmente, como critério, artigos que tenham como temática História Militar do Brasil, independente de título e/ou palavras-chave; logo após, abriu-se o critério de seleção para outras áreas do conhecimento. A referida revista consiste na publicação anual do Programa de Graduação em Ciências Militares da instituição. Na análise aqui proposta, Ginzburg (1989) auxiliou de forma ímpar, com o paradigma indiciário. Como resultado, percebeu-se que os militares utilizam, na sua formação, autores como Scruton, Oakeshott, Olavo de Carvalho, que são autores conservadores e teóricos da conspiração; vê-se também que a formação dos oficiais do Exército Brasileiro se dá pela afirmação deles num suposto papel político e ideológico, que é o de manter/ praticar/disseminar valores conservadores no Brasil, mais ainda, o de defendê-lo de uma suposta ameaça comunista. E essa “guerra interna serve para os militares perpetuarem a existência do Exército. Para isso, se utilizam de autores extremamente conservadores, de teorias da conspiração, de dados infundados e, também, de pseudointelectuais que corroboram com as suas principais ideias; afirma-se também que os militares tentam, a todo instante, fazer a ligação entre as suas doutrinas e as ideias desses autores conservadores.