A linguagem da representação: um estudo sistêmico- funcional do livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”

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Universidade Federal de Catalão

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O objetivo geral da pesquisa consiste em investigar os recursos léxico-gramaticais empregados na obra "Quarto de despejo: diário de uma favelada", de autoria de Carolina Maria de Jesus, com o intuito de compreender as representações de pobreza delineadas no texto. De maneira mais específica, busca-se responder à seguinte pergunta de pesquisa: de que forma a pobreza é retratada por meio do sistema de transitividade? Para tanto, adotou-se o arcabouço teórico da Linguística Sistêmico-Funcional, conforme preconizado por Halliday (1978, 1994) e Halliday e Matthiessen (2004, 2014). A metodologia adotada consistiu em realizar uma leitura minuciosa da obra, seguida pela identificação e seleção dos trechos que evidenciavam relações semânticas com a pobreza, tanto física quanto emocional. Posteriormente, esses trechos foram categorizados com base no sistema de transitividade. Por meio de uma análise qualitativa detalhada, os significados foram interpretados, proporcionando uma compreensão mais profunda das representações presentes na obra. Os resultados obtidos revelaram a predominância dos processos materiais e dos processos relacionais ao longo do texto, elucidando a maneira pela qual esses elementos contribuem para a construção das representações de pobreza. Ao desvelar os significados subjacentes aos recursos léxico-gramaticais empregados pela autora, conduz-se a uma compreensão não apenas da superfície textual, mas também das complexas camadas de significado e contexto social que permeiam o livro. No texto, as escolhas linguísticas evidenciam a pobreza física por meio das condições extremamente precárias de vida na favela. O texto evidencia a escassez de recursos básicos, como alimentação, moradia adequada e acesso a serviços de saúde. Apesar dessas dificuldades, o texto revela as estratégias da personagem para sobreviver, contornando assim a pobreza física. Já a pobreza como impacto emocional é demonstrada pela solidão, pela carência de apoio emocional e pela incessante luta pela sobrevivência, tendo um profundo efeito em sua saúde mental e emocional. A escrita é uma das formas de lidar com a pobreza emocional. Portanto, as escolhas linguísticas que foram evidenciadas ao longo das análises utilizando o sistema de transitividade como condutor propicia uma compreensão mais detalhada do texto literário, já que se considera, também, os aspectos contextuais que o texto foi produzido.

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