Da fome à fartura: um olhar sobre o trabalho e as práticas das mulheres camponesas no assentamento Che Guevara no pontal do Paranapanema (SP).
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Universidade Federal de Catalão
Resumo
A proposta desta dissertação é analisar a relação entre as mulheres camponesas e as práticas alternativas de produção e reprodução do campesinato. Perceber qual o caminho realizado pelas mulheres e suas trajetórias. Dessa forma, busca-se entender os processos de produção que levam a praticas agroecológicas com vistas à Soberania Alimentar no Assentamento Che Guevara localizado no Pontal do Paranapanema interior do estado de São Paulo. Destaca-se a diferença desse tipo de produção camponesa, que em alguns aspectos são protagonizados pelas mulheres, para a produção do agronegócio. Para tal, foi feito um arremate teórico-metodológico que passou por reflexões a cerca da Soberania Alimentar como conceito chave para entender o enfrentamento da fome na atualidade, além do uso como instrumento político que fortalece a luta dos movimentos sociais. Outra questão que foi abordada são as relações de gênero que se expressam enquanto relações sociais de poder e a hierarquia existente na divisão sexual do trabalho. Além disso, foi possível discutir a importância dos movimentos sociais em especial como importante fonte de garantia da superação das relações de desigualdade no campo, mesmo que ainda haja um abismo no que diz respeito ao fim da opressão de gênero. A intenção é identificar os papeis sociais que homens e mulheres cumprem na sociedade com vistas a perceber a participação das mulheres nas práticas que envolvem a luta pela Agroecologia e Soberania Alimentar e pela autonomia e emancipação. A partir da sistematização de algumas ideias, a proposta é discutir e tentar responder a algumas questões, tais como: Em que medida uma abordagem de gênero enriquece a discussão sobre Soberania Alimentar? Como a Soberania Alimentar, pode se constituir enquanto projeto de luta contra a fome e como as mulheres participam desse processo? Quais as maiores dificuldades que as mulheres camponesas enfrentam no seu cotidiano? De que forma a luta das mulheres por Soberania Alimentar amplia e democratiza o espaço público? A luta das mulheres promove um deslocamento de poder? A ideia se constitui na possibilidade de nos situarmos dentro do universo social, político e teórico, no qual as questões sobre gênero e Soberania Alimentar tem se apresentado.