Descoberta de inibidores enzimáticos de plasmodium falciparum a partir do estudo químico de dalbergia miscolobium benth. (fabaceae)
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Universidade Federal de Catalão
Resumo
Resumo: A malária é uma parasitose de prevalência mundial, causada por parasitos do gênero Plasmodium spp. Apesar da existência de tratamentos para a doença, o surgimento de resistência dos parasitos destaca a importância da descoberta de novos candidatos com atividade antimalárica. Nesse contexto, as enzimas enolase (Pfeno) e piruvato quinase II (PfPKII) de P. falciparum são alvos promissores no desenvolvimento de quimioterápicos antimaláricos. A Pfeno é importante para a produção de energia em parasitos como o Plasmodium spp. e desempenha funções não glicolíticas ou "moonligthing". A PFPKII está associada a uma organela do parasito denominada como apicoplasto, sendo fundamental para a produção de derivados nucleosídeo trifosfato (NTP), utilizados em diversas vias metabólicas. Na busca por novos inibidores da Pfeno e PfPKII, é relevante a investigação dos produtos naturais, em que vários metabólitos secundários são conhecidos como fármacos antimaláricos. A Dalbergia miscolobium Benth. (Fabaceae) é uma planta endêmica do Cerrado conhecida como "jacarandá-do-cerrado". Espécies desse gênero possuem atividade antiplasmodial e antioxidante, tendo como metabólitos secundários isoflavonas e neoflavonas. O extrato etanólico de D. miscolobium (DmCcE) apresentou potencial inibitório frente à cepa 3D7 (IC50307 = 9,0 µg/mL) obtido pelo ensaio de SYBR green I. Esse resultado promissor levou à seleção dessa espécie para o estudo químico guiado por ensaios in vitro em P. falciparum e investigação das frações e compostos isolados frente às enzimas Pfeno e PfPKII, em busca de novos inibidores enzimáticos como potenciais agentes antiplasmodiais. A prospecção química desse extrato bruto através do experimento de CLUE-EM/EM, permitiu a desreplicação de seis compostos da classe dos flavonoides, terpenoides e derivados fenólicos. Através do experimento de CG-EM da fração hexânica ativa (DmCcH, IC503D7 1,7 µg/mL) foram identificadas três substâncias da classe dos ésteres. O estudo fitoquímico da fração ativa de acetato de etila, guiado por atividade antiplasmodial (DmCCA, IC50307 = 8,4 µg/mL), levou à obtenção de subfrações ativas e ao isolados quatro compostos através de técnicas cromatográficas, a epicatequina (I), composto II (epitaxifolina e cisdihidroquercetagetina, IC50307 24,0 µg/mL), a lupenona (III, IC50307 26,6 μΜ) lupeol (IV, IC50307 = 33,3 μΜ), identificados por RMN 1D/2D. Além disso, as subfrações A19, A20 (epitaxifolina e cis-dihidroquercetagetina, composto II) e A21 foram promissoras frente à PfPKII, com inibições acima de 90% (200 µg/mL).