Nunes, Bruna Rafaella de Almeida2024-09-302024-09-302021-07-13NUNES, Bruna Rafaella de Almeida. ECOLOGIA DE ESTRADAS E BIOGEOGRAFIA DE ESPÉCIES SILVESTRES ATROPELADAS NO SUDESTE GOIANO. 2021. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-Graduação em Geografia, Instituto de Geografia, Universidade Federal de Catalão, Catalão (Go), 2021.http://repositorio.ufcat.edu.br/123456789/11834As rodovias são estruturas importantes para o desenvolvimento econômico e social de uma região, permitindo o transporte de pessoas, alimentos e/ou cargas diversas. Por sua vez, o aumento do fluxo motorizado e da velocidade desses veículos nas vias rodoviárias passou a provocar elevados índices de mortalidade de animais silvestres por atropelamentos. O presente estudo foi desenvolvido nas rodovias GO-330, GO-210, GO-213, GO-309, GO-139 e BR-490, que compõem o percurso entre Catalão e Caldas Novas, num circuito passando pelos municípios de Catalão, Goiandira, Nova Aurora, Corumbaíba, Marzagão, Caldas Novas, Ipameri, Catalão, fechando um trecho circular de aproximadamente 250 Km. A pesquisa teve como objetivo identificar e quantificar as espécies de animais silvestres mais atingidas por veículos automotores nas rodovias especificadas, identificando os principais pontos de atropelamentos e os padrões das paisagens associadas com a sazonalidade e fases da Lua. Além disso, foram analisados os hotspots de atropelamentos com o intuito de futuras implantações de redutores de velocidade e/ou passagens de fauna, beneficiando os animais silvestres e motoristas que utilizam as rodovias da região pesquisada. Ao longo de quinze meses, foram registradas 676 carcaças de animais silvestres pertencentes as classes de Aves (49%), Mamíferos (28%), Répteis (20%) e Anfíbios (3%), em que, apesar da maior riqueza de espécies de aves, os mamíferos apresentaram maior incidência de atropelamentos. Os anfíbios foram representados por apenas 2 espécies, sendo elas Rhinella marina (n= 8) e Leptodactylus labyrinthicus (n=4). Quanto as aves, destacam-se Cariama cristata (n=47), Coragyps atratus (n=15), Caracara plancus (n=13), Volatinia jacarina (n=11) e Athene cunicularia (n=7). As espécies mais frequentes de mamíferos foram Cerdocyon thous (n=87), Conepatus semistriatus (77), Euphractus sexcinctus (n=68), Myrmecophaga tridactyla (n=51), Lycalopex vetulus (n=34), Nasua nasua (n=30) e Tamandua tetradactyla (n=28). Já os lagartos, serpentes e anfisbenas, houve maior frequência de Salvator merianae (n=18), Philodryas nattereri (n=10), Ameiva ameiva (n=7), Amphisbaena alba (n=7) e Crotalus durissus (7). Os padrões de sazonalidade apontaram que no período de seca ocorreram mais atropelamentos que no período chuvoso, e a fase lunar predominante dos atropelamentos foi a Lua nova, influenciando especialmente Conepatus semistriatus. Nas paisagens contendo vegetação foram registrados os maiores índices de atropelamentos, seguidos das áreas de pastagem e lavoura. Quanto aos hotspots de atropelamentos, esses concentraram-se entre os municípios de Catalão e Ipameri (GO – 330), onde os fragmentos de vegetação ainda são mais conservados e consequentemente proporcionam recursos como alimentação e abrigo para as populações de espécies de animais silvestres que ali se concentram. A instalação de placas de sinalização e lombadas eletrônicas em locais estratégicos, controladores de velocidade dos veículos, redução temporária de limites de velocidade e campanhas educativas e informativas podem contribuir na redução de atropelamentos de animais silvestres. Portanto, estudos relacionados aos atropelamentos de fauna silvestre nas rodovias do Estado de Goiás são necessários, especialmente na Região Sudeste Goiana, visando a conservação da fauna silvestre e segurança dos usuários que trafegam nas rodovias.ptEcologia de EstradasBiogeografiaFauna SilvestreCerradoGoiásEcologia de estradas e biogeografia de espécies silvestres atropeladas no Sudeste GoianoThesis